O direito a compreender

Tive conhecimento do projeto Português Claro recentemente numa das minhas aulas da pós-graduação e fiquei fascinada com esta ideia!

Gosto de ideias novas, irreverentes, úteis e de pessoas com um espírito empreendedor o suficiente para avançar com elas. Afinal, ideias todos temos, agora coragem para largar tudo e pô-las em prática é que já é mais difícil. 😉 Mas a Sandra Martins teve e fez muito bem: Portugal precisava de um projeto assim.

Clarificar o português

Trata-se de um serviço que pretende simplificar a escrita dos documentos oficiais que nos passam pelas mãos no nosso dia-a-dia: apólices de seguros, créditos diversos, cartas de entidades públicas… No vídeo de apresentação do projeto, num evento da TEDx, fala-se deste problema abertamente começando pela pobre literacia dos Portugueses, passando pela resistência das empresas em escrever de forma mais clara e simplificada e termina com as técnicas que deveríamos ter em consideração ao escrever documentos tão importantes como o contrato de trabalho ou a contratação de um qualquer serviço.

As 3 técnicas que a Sandra refere resumem-se basicamente a escrever como se escrevêssemos para a nossa avó. 🙂 E vejam como faz sentido:

  • Começar pelo mais importante – “A avó tem mais que fazer e não vai ler três páginas para chegar à ideia principal
  • Escrever frases curtas – “Se fazem frases muito grandes, a avó chega ao fim e já não se lembra do que leu no início
  • Utilizar palavras simples, conhecidas e que lhe sejam familiares

Aqui fica o vídeo:

Até breve.

A importância do Copywriting para a Web

Quando escrevi o último post mal eu sabia o quanto ia começar a falar e a ler mais sobre este assunto… No dia a seguir tive a minha primeira aula de web copywriting da pós-graduação, lecionada pela professora Maria Spínola, e, antes de mais, consegui perceber que o que chamei de “Escrita para a Web” tem um nome: Web Copywriting. 😉

Desde sempre que gosto de escrever e é curioso perceber o que envolve todo o universo da escrita. Escrever para a web, tal como referi no post anterior, é diferente de escrever para offline, disso não tenho dúvidas. Mas como escrever conteúdo bom, interessante, que faça o leitor ler um artigo até ao fim ou até mesmo abrir um e-mail é um grande desafio!

Lidar com a quantidade excessiva de informação

Eu própria referi que me sinto diariamente assoberbada com a quantidade de informação que me chega ao e-mail, blogs, noticias etc. E é exactamente à volta disso que está a melhor forma de escrever conteúdos online. Como conseguir destacar da lista de feeds ou de e-mails o título da nossa mensagem. Como conseguir chamar a atenção?

A importância dos títulos

De facto é no título que reside o cerne da questão, ou pelo menos parte. 80% das pessoas só lêem os títulos. Um bom título chama a atenção do leitor e dirigido ao target certo provoca o interesse à continuação da leitura, seja a abertura de um e-mail, a abertura de um link etc.

Um título deve ser claro, deve perceber-se o conteúdo da mensagem através do título de forma a que o leitor saiba o que vai ler. Deve também ser cativante, ter elementos que incentivem a leitura. No caso dos e-mails, lidamos diariamente com dezenas deles. Ao percorrer a lista se nos depararmos com um título que nos chame a atenção esse vai ser o elemento diferenciador entre abrir aquele e-mail e não abrir o outro.

Leitura na diagonal

Online, e com a quantidade de informação a que estamos predispostos (e-mail, chats, redes sociais, blogs…), é inevitável que alguns conteúdos não sejam lidos na diagonal. Ler na diagonal é basicamente passar os olhos pelo artigo para tentar reter o máximo de informação possível no menor tempo possível. Não é de admirar que a maior parte das vezes a informação retida é… nenhuma. Depois de captarmos a atenção do nosso leitor e ele avançar para o passo seguinte temos de continuar a mantê-lo interessado, o nosso trabalho não acaba no título.

Aqui aplicam-se as regras de escrita que falei no ultimo post, é aqui que entra a diferenciação entre escrita online e offline. No mundo digital lemos de maneira diferente, e há que adaptar os conteúdos para tal para não correr o risco de que não sejam lidos.

Como utilizadora tenho noção de que leio uma pouca percentagem da informação que eu própria já seleccionei para receber. O que quer dizer duas coisas:

  1. Há muito copy mal adaptado ao mundo digital e às verdadeiras necessidades do leitor online;
  2. E que tenho que filtrar ainda mais a informação que recebo diariamente;

O segundo ponto fica para explorar melhor num próximo post. 😉

Até breve.

Escrever para a Web

Não sou de comunicação, nem tenho qualquer formação na área. Este é o meu primeiro blog e a minha experiência de escrever para a web só mesmo as newsletters da empresa onde trabalho, que são enviadas regularmente para os nossos clientes.

Ainda assim sempre me apercebi que escrever para leitores online não será certamente o mesmo que escrever um artigo para um jornal, ou umas páginas de um livro. Existem boas práticas para o fazer e em que, resumidamente, o objectivo é manter o leitor interessado o suficiente para ler até ao fim.

Porque poderia não se interessar? Afinal se começou a ler é porque terá algum interesse..

Sim, até poderá ter tido interesse ao abrir o link de um blog ou de alguma notícia mas se ao começar a ler se deparar com:

  • extensos blocos de texto sem parágrafos;
  • não serem destacados a pontos chave;
  • não existirem imagens ilustrativas;

É certo que vai acabar por ou colocar nos favoritos para ler mais tarde (e muitas vezes só dá pelo link quando está a fazer uma limpeza aos favoritos) ou simplesmente fechar a janela.

Pessoalmente sinto-me assoberbada pela quantidade de informação que leio diariamente. Entre blogs que costumo visitar, noticias nacionais e internacionais, notícias especificas a alguns sectores de actividade (seja a nível profissional ou de lazer), mais os e-mails, mais a publicidade que está em todo o lado e que, embora pareça que não, também nos consome se aquilo que estiver a ler realmente não me prender o mais certo é passar uma “vista de olhos” e tentar interiorizar algo que me interesse daquela publicação.

É certo e sabido que muitas das vezes há assuntos que aparecem posteriormente como tema de conversa, entre amigos, e eu digo algo do género: “Lembro-me de ter lido alguma coisa sobre isso…” Mas não passou disso, da lembrança. O verdadeiro conteúdo da notícia não foi interiorizado.

Assim, passo-vos este link Best Practices For Writing For Online Readers que achei muito interessante e que tenciono implementar na minha escrita para a web a partir de agora.

Resumidamente, segundo o autor, para cada 1000 palavras:

  • 1 elemento gráfico, que ilustre o que foi escrito de forma tornar a leitura mais fluída;
  • 2 links que disponibilizem informações mais detalhadas sobre o assunto;
  • 3 sub-títulos a negrito para organizar melhor a informação e ser mais fácil de ler por partes;

Até breve.